Máquinas sociais em ciência da informação: um olhar direcionado ao Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.62758/re.v3i2.274

Palavras-chave:

Ciência da Informação, Máquinas Sociais, Desafios Tecnológicos, BRAPCI, Mapeamento

Resumo

O campo de pesquisa dedicado às máquinas sociais na Ciência da Informação continua a se revelar um território fértil e em constante expansão. No entanto, é importante notar que, até o momento, não existe uma definição universalmente aceita para o termo "máquinas sociais" no seio da comunidade científica. Esse cenário demanda uma compreensão mais profunda de como esse conceito tem sido explorado na Ciência da Informação, uma área que, por sua natureza, está intimamente ligada ao processo de disseminação e compartilhamento de informações em um contexto contemporâneo cada vez mais digitalizado. À medida que a sociedade se torna cada vez mais digital, a atuação das máquinas sociais nos contextos de acesso, representação e disseminação de informações assume uma importância crescente. Mas, o que exatamente são máquinas sociais? Esses mecanismos podem ser conceituados como espaços ou sistemas dirigidos por seres humanos, que desempenham um papel fundamental na socialização da informação, conectando comunidades diversas e distintas. O presente estudo concentra-se na análise de como as máquinas sociais têm sido discutidas na comunidade acadêmica da Ciência da Informação no Brasil. Para conduzir essa investigação, realizamos um mapeamento sistemático da literatura, utilizando as bases de dados Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação e o Google Acadêmico como fontes. Adotamos critérios específicos de inclusão, limitando nossa pesquisa a artigos científicos em língua portuguesa, publicados entre 2018 e 2023, que contivessem o termo "máquinas sociais" em seus títulos ou resumos. Além disso, priorizamos a seleção de trabalhos que empregassem metodologias descritivas e apresentassem resultados relevantes para a temática em questão. Inicialmente, identificamos um total de 696 trabalhos relacionados à nossa pesquisa. No entanto, após uma cuidadosa análise e aplicação dos critérios de seleção, apenas um trabalho foi considerado apropriado para a nossa análise. Surpreendentemente, esse trabalho selecionado não atendeu plenamente aos objetivos da nossa pesquisa, uma vez que não abordou aspectos que contribuíssem substancialmente para o desenvolvimento da compreensão da temática no âmbito da Ciência da Informação. Em vez disso, o trabalho escolhido apresentou uma abordagem histórica, traçando a evolução do conceito de máquinas sociais em relação à Ciência da Informação. Nesse contexto, levanta-se uma questão importante: a Ciência da Informação brasileira está realmente explorando as dimensões do fenômeno das máquinas sociais? Argumentamos que a área poderia se beneficiar consideravelmente ao expandir seus horizontes e abraçar estudos mais aprofundados e abrangentes que explorem o papel da informação na sociedade contemporânea, especialmente no contexto das tecnologias digitais. Em suma, este estudo não fornece uma conclusão definitiva. Em vez disso, ele serve como um ponto de partida para uma análise mais abrangente e profunda da Ciência da Informação como uma área contemporânea que está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento tecnológico da sociedade. O desafio agora é explorar mais amplamente as máquinas sociais e sua relação com a Ciência da Informação no Brasil, contribuindo assim para uma compreensão mais holística e completa dessa temática.

Referências

Araújo, C. A. Á. (2014). O que é Ciência da Informação?. Informação & Informação, 19(1), 01-30. DOI: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2014v19n1p01

Araújo, C. A. Á., & Valentim, M. L. P. (2019). A Ciência da Informação no Brasil: mapeamento da pesquisa e cenário institucional. Bibliotecas. Anales de Investigación, 15(2), 232-259.

Bardin, L. (2011). Organização da análise. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições, 70, 229.

Bauman, Z. (2003). A sociedade líquida. Folha de São Paulo, 19, 4-9.

BERNERS-LEE, Tim; FISCHETTI, Mark. Weaving the Web: the past and present and future of the World Wide Web by its inventor. (No Title), 1999.

Borko, H. (1968). Ciência da Informação: o que é isto. American Documentation, 19(1), 3-5. DOI: https://doi.org/10.1002/asi.5090190103

Burégio, V., Meira, S., & Rosa, N. (2013, May). Social machines: a unified paradigm to describe social web-oriented systems. In Proceedings of the 22nd international conference on World Wide Web (pp. 885-890). DOI: https://doi.org/10.1145/2487788.2488074

Castells, M. (2005). A sociedade em rede: do conhecimento à política. A sociedade em rede: do conhecimento à acção política, 17-30.

Silva, R. F. M. da, & de Arruda Burégio, V. A. (2018). Um Estudo de Mapeamento das Contribuições e Desafios de Pesquisa em Máquinas Sociais. Gestão. Org, 16(7), 245-257. DOI: https://doi.org/10.21714/1679-18272018v16Ed.p245-257

Dalton, B. (2013, May). Pseudonymity in social machines. In Proceedings of the 22nd International Conference on World Wide Web (pp. 897-900). DOI: https://doi.org/10.1145/2487788.2488076

de Gomez, M. N. G. (1993). A representação do conhecimento e o conhecimento da representação: algumas questões epistemológicas. Ciência da Informação, 22(3).

Fiore, Q., & McLuhan, M. (1967). The medium is the massage (Vol. 9). New York: Random House.

Henderson, J. C., & Venkatraman, H. (1999). Strategic alignment: Leveraging information technology for transforming organizations. IBM Systems Journal, 38(2.3), 472-484. DOI: https://doi.org/10.1147/SJ.1999.5387096

Hendler, J., & Berners-Lee, T. (2010). From the Semantic Web to social machines: A research challenge for AI on the World Wide Web. Artificial Intelligence, 174(2), 156-161. DOI: https://doi.org/10.1016/j.artint.2009.11.010

Jacobs, W. B., Walsh, G. S., & Miller, F. D. (2004). Neuronal survival and p73/p63/p53: a family affair. The Neuroscientist, 10(5), 443-455. DOI: https://doi.org/10.1177/1073858404263456

Jacsó, P. (2005). Google Scholar: the pros and the cons. Online Information Review, 29(2), 208-214. DOI: https://doi.org/10.1108/14684520510598066

JAPIASSU, H., & Marcondes, D. (1993). Dicionário básico de filosofia.[Sl].

Keen, P. G. W. (1993). Information technology and the management difference: a fusion map. IBM Systems Journal, 32(1), 17-39. DOI: https://doi.org/10.1147/sj.321.0017

Kitchenham, B., & Charters, S. (2007). Guidelines for performing systematic literature reviews in software engineering.

Lévy, P. (1999). Cibercultura. São Paulo: Editora 34.

Luftman, J. N., Lewis, P. R., & Oldach, S. H. (1993). Transforming the enterprise: The alignment of business and information technology strategies. IBM Systems Journal, 32(1), 198-221. DOI: https://doi.org/10.1147/sj.321.0198

Ortiz, R. (1994). Uma cultura internacional-popular. Mundialização e Cultura. São Paulo, Brasil: Brasiliense.

Petersen, K., Feldt, R., Mujtaba, S., & Mattsson, M. (2008, June). Systematic mapping studies in software engineering. In 12th International Conference on Evaluation and Assessment in Software Engineering (EASE) 12 (pp. 1-10). DOI: https://doi.org/10.14236/ewic/EASE2008.8

Pickler, M. E. V. (2007). Web Semântica: ontologias como ferramentas de representação do conhecimento. Perspectivas em Ciência da Informação, 12, 65-83. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-99362007000100006

Ramos, M. G. (1994). Modelos de comunicação e divulgação científicas-uma revisão de perspectivas. Ciência da Informação, 23(3).

Roush, W. (2005). Social machines: Computing means connecting. Technology Review-Manchester Nh-, 108(8), 44.

Santana, C. A., Lima, C. O., & Nunes, A. A. (2021). De Leibniz às máquinas sociais: uma visão histórica do surgimento dos agentes inteligentes de informação sob a ótica da ciência da informação. Perspectivas em Ciência da Informação, 26, 133-156. DOI: https://doi.org/10.1590/1981-5344/3554

Saracevic, T. (1996). Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectivas em Ciência da Informação, 1(1).

Shadbolt, N. R., & Burton, A. M. (1990). Knowledge elicitation techniques: Some experimental results. Readings in Knowledge Acquisition, 21-33.

Shadbolt, N. R., Smith, D. A., Simperl, E., Van Kleek, M., Yang, Y., & Hall, W. (2013, May). Towards a classification framework for social machines. In Proceedings of the 22nd International Conference on World Wide Web (pp. 905-912). DOI: https://doi.org/10.1145/2487788.2488078

Souza, M. D., Izo Júnior, A., & Souza, R. R. (2019). Modelagem de tópicos: mapeamento científico do GT-8 do Enancib. 2019, 24(2). DOI: https://doi.org/10.51359/2448-0215.2018.242511

Weill, P. (1992). The relationship between investment in information technology and firm performance: A study of the valve manufacturing sector. Information Systems Research, 3(4), 307-333. DOI: https://doi.org/10.1287/isre.3.4.307

Downloads

Publicado

2023-12-21

Como Citar

Brito, T. H. da S. ., Almeida, A. P. ., & Santana Júnior, C. A. de. (2023). Máquinas sociais em ciência da informação: um olhar direcionado ao Brasil. Revista EDICIC, 3(2), 1–16. https://doi.org/10.62758/re.v3i2.274