A justiça ambiental na produção de estatísticas oficiais sobre meio ambiente: determinações das Nacoes Unidas e o Brasil
DOI:
https://doi.org/10.62758/re.v2i1.160Resumo
Tendo como premissa a importância das questões ambientais na contemporaneidade, o trabalho discorre sobre o tema da justiça ambiental e a importância de sua representação no âmbito das estatísticas oficiais sobre o meio ambiente, realizando um entrelaçamento das questões sobre justiça ambiental, informação e as estatísticas internacionais. O ponto de partida são as perguntas: as estatísticas oficiais do Brasil sobre desenvolvimento sustentável a cargo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão em sintonia com as estatísticas internacionais desenvolvidas por órgãos encarregados da ONU no que se refere ao tema da justiça ambiental e correlatos? De que forma as estatísticas brasileiras refletem uma preocupação em retratar questões éticas no plano ambiental, particularmente o tema da justiça ambiental? Tais perguntas se traduzem no seguinte objetivo principal: identificar em que medida a questão da justiça ambiental está refletida em indicadores ambientais das Nações Unidas e do IBGE. Para isso são investigados os conteúdos das classificações adotadas nessas instituições, visando identificar elementos que se aproximem da temática da justiça ambiental, mesmo que indiretamente. Mobiliza, uma literatura sobre justiça ambiental, acesso, ética e uso das informações ambientais, que contextualiza a discussão sobre a produção de informações sobre meio ambiente nas estatísticas brasileiras, vis-à-vis as recomendações e os marcos estatísticos das Nações Unidas. O trabalho identificou que os marcos estatísticos e classificações aqui focalizados possuem um viés mais quantitativo, de tal forma que as informações sobre justiça ambiental não estão diretamente contempladas. Mesmo assim, as classificações sobre meio ambiente e alguns produtos nacionais já avançam no sentido de incorporar questões sobre qualidade de vida e éticas, atreladas à justiça ambiental. Além disso, a partir da combinação de dados já disponíveis é possível derivar algumas questões éticas.
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