Mídias sociais e desinformação: a pandemia de COVID-19 no contexto Brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.62758/re.v2i3.127

Palavras-chave:

Desinformação, Pandemia COVID-19, Veículos de Comunicação, Mídias Sociais, Agências de Checagem de Fatos

Resumo

Tendo enquanto problema de pesquisa compreender como os brasileiros lidaram e se puderam avaliar de forma adequada as notícias veiculadas sobre Covid-19 no contexto das mídias sociais, o presente artigo adota como objetivo geral: analisar como a mídia participou do cotidiano dos brasileiros durante a crise sanitária decorrente da Covid-19. Por sua vez, persegue como objetivos específicos: 1) compreender a mediação efetuada pelos veículos de comunicação durante a pandemia no Brasil, sobretudo, no tocante à temática Covid-19; 2) analisar a disseminação de informações sobre o novo coronavírus no âmbito das mídias sociais com o intuito de perceber como elas afetaram o comportamento dos indivíduos durante esse período; e, 3) apreender a percepção dos indivíduos quanto ao papel das agências de fact-checking e a sua relevância no combate à desinformação acerca da Covid-19 no contexto brasileiro. Nesse sentido, recorrendo a autores da área de Comunicação e Informação, apresenta discussão teórica sobre os conceitos de mídia, desinformação, fake news, pós-verdade, infodemia e educação midiática, destacando a importância do papel das agências de checagem de fatos. De natureza qualitativa, a pesquisa se caracterizando como exploratória quanto aos objetivos e tendo a Análise de Discurso como delineamento metodológico, o qual foi empregado para examinar as respostas coletadas por meio da aplicação de questionário misto, composto tanto por perguntas abertas, como fechadas, tendo sido elaborado por meio da plataforma Google Workspace e de sua ferramenta de criação, edição e compartilhamento de formulários. A disponibilização do instrumento de coleta de dados se deu por meio digital, via aplicativo de mensagens instantâneas, sem delimitação quanto ao público (gênero, raça ou classe, por exemplo). Os dados da pesquisa são apresentados a partir de um agrupamento temático tendo como base o conteúdo das perguntas do questionário, estando subdivididas em quatro categorias, saber: 1°) busca de informações sobre a pandemia no Brasil; 2º) veículos hegemônicos de comunicação e mídias sociais; 3°) percepções sobre o papel das agências de checagem de fatos no combate à desinformação; e, 4º) educação midiática. Como conclusão, destaca que houve uma significativa influência dos veículos de comunicação juntamente com uma presença crescente das mídias sociais no cotidiano dos indivíduos, sobretudo, a partir de temas relacionados à pandemia de Covid-19. Além disso, ressalta que a relação entre público e mídia deve se pautar numa apropriação crítica da informação, argumentando em prol da educação midiática e de sua contribuição para o combate às notícias falsas no cotidiano.

Biografia do Autor

Carina de Freitas Torquato, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Bacharel em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC)

Jefferson Veras Nunes, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal do Ceará (UFC).

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Publicado

2022-12-19

Como Citar

Torquato, C. de F., & Nunes, J. V. (2022). Mídias sociais e desinformação: a pandemia de COVID-19 no contexto Brasileiro. Revista EDICIC, 2(3). https://doi.org/10.62758/re.v2i3.127