Os indicadores da agenda 2030, a recuperação da informação e a relevância: diagnose das revisões nacionais voluntárias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.62758/re.v3i1.191

Palavras-chave:

Recuperação da Informação, Relevância, Agenda 2030, Revisões Nacionais Voluntárias, Indicadores

Resumo

A Agenda 2030 é um compromisso assumido por líderes de 193 Estados-Nação, e coordenada pelas Nações Unidas. São 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas com indicadores que assinalam as métricas a serem atingidas. Para o registro dos resultados, a Recuperação da Informação é utilizada para verificação dos dados relevantes. O objetivo geral deste artigo é mapear os Estados-Nação latino-americanos e caribenhos signatários da Agenda 2030 que apresentaram os relatórios voluntários para a demonstração de resultados. O método utilizado quanto à pesquisa é bibliográfico, por apresentar registros teóricos sobre relevância e recuperação da informação; e documental, por explorar o texto da agenda global e de pesquisas nacionais e internacionais. Quanto à abordagem, é qualitativa, por avaliar e interpretar aspectos da literatura e dos documentos internacionais e nacionais, e quantitativa, por apresentar a relação dos relatórios de Revisões Nacionais Voluntárias estruturados por ano. Nos resultados, o país que mais se destacou na apresentação da Revisão Nacional Voluntária foi o Uruguai com 4 (quatro) relatórios, seguido pela Argentina, Colômbia, Guatemala e México com 3 (três) relatórios; Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana com 2 (dois) relatórios. Como o Brasil, Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Cuba, Dominica, Granada, Guiana, Jamaica, Nicarágua, São Vicente e Granadinas, Santa Lucia, Suriname, Trindade e Tobago e Venezuela apresentaram apenas 1 (um) relatório. Dos 33 Estados-Nação, somente 2 (dois) não apresentaram relatório algum: Haiti e São Cristóvão e Nevis. Os outros 31 apresentaram pelo menos 1 (um) relatório. Portanto, são os dados relevantes recuperados por um Estado-Nação em razão dos indicadores que aferem a qualidade da informação e do seu compromisso com os ditames do documento das Nações Unidas. Dessa forma, os dados que compõem os indicadores efetivam ou não as metas que registram se os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de um Estado-Nação estão em progresso, estagnados ou em retrocesso. Importante destacar que a Agenda 2030 contempla um roteiro para o desenvolvimento sustentável, apostando numa agenda transformadora em termos sociais e econômicos e ambiental. Em particular, o governo do Uruguai tem se comprometido com a integração de objetivos ambientais e mitigação e adaptação às mudanças climáticas em suas decisões de política econômica. Conclui que é importante que os governos dos Estados-Nação construam parcerias com setores públicos, privados, acadêmicos e com a sociedade civil para a recuperação da informação e consolidação dos seus dados relevantes. Essa união de forças possibilitará elaboração dos relatórios e consequentemente a promoção, disseminação e monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 pelos sistemas das Nações Unidas. Soma-se ainda a tal fato que os governos dos Estados-Nação têm que se empenhar na produção de conteúdos e análises críticas propositivas para apresentação das Revisões Nacionais Voluntárias sobre seu desenvolvimento, para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.

Biografia do Autor

Luana Farias Sales, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutora em Ciência da Informação pelo Programa de Pós-Graduação do IBICT/UFRJ (2011-2014). Mestre em Ciência da Informação pelo convênio UFF/IBICT (2004-2006), Graduação em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal Fluminense (2003). Bolsista de Produtividade Pq2. Jovem Cientista do Estado do Rio de Janeiro. Atuou como Analista em C & T da CNEN, no Instituto de Engenharia Nuclear, participando da criação da linha de pesquisa de Gestão do Conhecimento Nuclear. Atuou ainda como docente do curso de graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Universidade Federal Fluminense, ministrando disciplinas relacionadas à Organização do Conhecimento. Exerceu o cargo de Coordenadora Geral de Acesso e Difusão de Acervos do Arquivo Nacional entre 2019 e 2021 e atuou como editora científica da Revista Acervo no mesmo período. Atualmente é Analista em C & T do MCTIC/IBICT, atuando como docente do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação do convênio IBICT-UFRJ e Coordenadora-Geral da Rede de Implementação do GO FAIR Brasil. Tem experiência na área de Ciência da Informação, com ênfase em Organização e Representação do Conhecimento e Recuperação de Informações, com interesse em tópicos ligados à Comunicação Científica, Tecnologia de Informação, Gestão do Conhecimento, e-Science, Curadoria digital; Dados de pesquisa, Bibliotecas cientificas, Biblioteca digital, Metadados, Repositórios, Sistemas CRIS, Objetos digitais, e Sistemas de Organização do Conhecimento, como vocabulários controlados, tesauros, taxonomias e ontologias .

Marco André Feldman Schneider, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia / Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBICT/UFRJ)

Bolsista de Produtividade CNPq. Cientista do Nosso Estado Faperj. Pesquisador titular do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). Professor associado do departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói-RJ). Professor do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação - PPGCI-Ibict/ECO-UFRJ e do Programa de Pós-Graduação Mídia e Cotidiano - PPGMC-UFF. Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP-2008). Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO-UFRJ-2003). Bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Produção Editorial (ECO-UFRJ-1999). Possui estágio pós-doutoral em Estudos Culturais, pelo Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-2012), onde atua como pesquisador associado, supervisionando estágios pós-doutorais. Autor dos livros "A Era da Desinformação: pós-verdade, fake news e outras armadilhas" (2022) e "A Dialética do Gosto: informação, música e política", publicado em 2015 pela Editora Circuito, com bolsa de auxílio a publicação, da Faperj. Publicou também um livro de poesia e dezenas de artigos científicos, em capítulos de livros, anais de congressos e periódicos científicos, nacionais e internacionais. Vencedor dos concursos de ensaio Pensar a Contracoriente (Cuba-2003) e Mário Pedrosa, sobre arte e cultura contemporâneas (Brasil-2010). Professor universitário desde 2003. Interesses atuais de pesquisa: ética; epistemologia; economia política da informação, da comunicação e da cultura; desinformação; competência crítica em informação; literacia midiática. Líder do grupo de pesquisa Perspectivas Filosóficas em Informação (Perfil-i). Presidente do International Center for Information Ethics (ICIE). Membro da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), da Rede de Intelectuais e Artistas Independentes em Defesa da Humanidade (Redh) e da Rede Mussi (Rede Franco-Brasileira de Pesquisadores em Mediações e Usos Sociais de Saberes e Informação). Integrante dos grupos de pesquisa Estudos críticos em informação e organização social (Escritos) e Centro de Pesquisas e Produção em Comunicação e Emergência (Emerge). Integrante do Laboratório em Rede de Humanidades Digitais (Larhud). Editor da Liinc em Revista. No biênio 2017-2018, foi Diretor Científico da União Latina de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura (Ulepicc), capítulo Brasil, e Coordenador do PPGCI-Ibict/ECO-UFRJ. Músico e escritor.

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Publicado

2023-07-06

Como Citar

Viola, C. M. M., Sales, L. F., & Schneider, M. A. F. . (2023). Os indicadores da agenda 2030, a recuperação da informação e a relevância: diagnose das revisões nacionais voluntárias. Revista EDICIC, 3(1). https://doi.org/10.62758/re.v3i1.191

Edição

Seção

Artigos de Pesquisa