Consequências da desinformação na vida da população: o papel da imprensa em Angola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.62758/re.v2i3.146

Palavras-chave:

Consequências da Desinformação, Papel da Impresa, População, Angola

Resumo

O papel da imprensa pública ou privada é de manter um ambiente saudável, abdicando qualquer ato de  favorecimento de pessoas, grupos ou instituições. Tratando-se de Angola, a pouca pluralidade e a imparcialidade das informações dos órgãos de comunicação, principalmente públicos, tem obrigado à população a recorrerem aos outros meios de comunicação, como redes sociais e imprensa internacional. Deste modo, objetivou-se a analisar o papel da imprensa em Angola, mais especificamente em relação as consequências da desinformação na vida da população. Nesse contexto, apresenta-se a seguinte questão de pesquisa: qual tem sido o papel da imprensa angolana no combate a desinformação? A pesquisa é de natureza qualiquantitativa, do tipo descritiva-exploratória. Para a  obtenção dos resultados aplicou-se  o questionário com a Escala de Likert, elaborado no Google Forms, enviado a partir das mídias digitais: e-mails, WhatsApp e Facebook. As  perguntas foram elaboradas de forma semiestruturadas possibilitando aos participantes expressarem as suas opiniões. O questionário foi composto por  nove perguntas, onde buscou-se saber a real situação da imprensa em Angola. Foram respondidos de 103 questionários, onde os participantes de forma livre e anónima expressaram as suas opiniões. Quanto aos resultados, indicam que em relação a Lei da Imprensa de Angola, verificou-se que ela salvaguarda o  exercício da liberdade de imprensa, devendo assegurar informação ampla e isenta, o pluralismo democrático, a não discriminação e o respeito pelo interesse público. Relativamente à população estudada, houve a participação de 103 (cento e três) respondentes, com idades entre 19 e 49 anos, destacando-se a população jovem, sendo que do total de participantes 50% são homens. Sobre os canais que mais disseminam desinformação: 55,3% mencionaram que é a televisão pública e apenas 10,7% mencionaram que são as redes sociais, evidenciando a perda de credibilidade da imprensa pública junto a população.  Verificou-se que os participantes têm conhecimento das consequências da desinformação e, assim, recorrem a imprensa privada e as redes sociais para buscar informações complementares de acordo às suas necessidades, primando pela imparcialidade e verdade. Ficando patente que os participantes da pesquisa têm conhecimento das consequências da desinformação e, assim, recorrem a imprensa privada e as redes sociais para buscar informações complementares de acordo às suas necessidades, primando pela imparcialidade e verdade.

Referências

Alonso, L. B. N., Ferneda, E. & Santana, G. P. 2010). Inclusão digital e inclusão social: contribuições teóricas e metodológicas. Barbaroi, Santa Cruz do Sul (RS), 32, pp.154-177. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/barbaroi/n32/n32a10.pdf.

Amaral, J. S. do & Machado, D. da S. (2018). Mídia, monopólio e democracia: um estudo sobre a monopolização da mídia no brasil e porque isso pode ser uma ameaça à democracia. Revista Eletrônica Direito E Política, 13(2), pp.633665. https://doi.org/10.14210/rdp.v13n2.p633-665. DOI: https://doi.org/10.14210/rdp.v13n2.p633-665

Angola (2017). Decreto Presidencial nº 1/2017, 23 de janeiro. Diário da República, I Série, n.12.

Bengui, F. (2021, dezembro, 8). O papel da imprensa pública num estado democrático de direito. Jornal de Angola. Disponível em: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/o-papel-da-imprensa-publica-num-estado-democratico-de-direito.

Cruz, D. J. J. da (2012). A Liberdade de Imprensa em Angola: Obstáculos e Desafios no Processo de Democratização. João Pessoa: Brasil.

Dias, L. G. R. (2011). Inclusão digital como fator de inclusão social: A inserção de jovens de baixa renda como protagonistas na Sociedade do Conhecimento. 203f. (Dissertação de mestrado em Comunicação, Faculdade Cásper Líbero). Programa de Mestrado em Comunicação, Faculdade Cásper Líbero, São Paulo.

Gil, A. C. (2010). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas.

Gomes, W. da S. & Dourado, T. (2019). Fake news, um fenômeno de comunicação política entre jornalismo, política e democracia. Estudos em Jornalismo e Mídia, 16 (2), pp.33-45. DOI: http://dx.doi.org/10.5007/1984-6924.2019v16n2p33.

Lima Jr., J. B. (2010). Liberdade de expressão X Liberdade de imprensa: direito à comunicação e democracia. S. Paulo: Publisher Brasil.

Maia, Rousiley C. M. (2008). Mídia e deliberação. Rio de Janeiro: FGV.

Movimento Cívico Mudei. Monitorando o jornal de Angola, a televisão pública de Angola e a TV Zimbo Capas e Contracapas do Jornal de Angola e Telejornais - Maio e Junho 2022. Luanda, jul. 2022.

Pinheiro, M. M. K. & Brito, V. P. Em busca do significado da desinformação. (2014). DataGramaZero, Rio de Janeiro, 15(6). Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/8068.

Silva, E. L. da & Presser, N. H. (2021). Infodemia, desinformação e os enunciados performativos: como os editores podem enfrentar tais problemas. Navus: Revista de Gestão e Tecnologia, Florianópolis, 11, pp.1-8. https://navus.sc.senac.br/index.php/navus/article/view/1501. DOI: https://doi.org/10.22279/navus.2021.v11.p01-07.1501

Silva, R. (2009). Liberdade de imprensa – Subsídios para a trajetória de um direito fundamental em Angola. In: Vidal, N. & Andrade, J. P. (Eds.). Sociedade civil e política em Angola. Firmamento: Luanda. pp.179-208.

UNESCO. Desinfodemia: dissecar as respostas da desinformação sobre a COVID-19. Paris, 2020. Disponível em: https://pt.unesco.org/covid19/disinfodemic#. Acesso em: 1 set. 2022.

Downloads

Publicado

2022-12-19

Como Citar

Daniel, N. M., & Manuel , D. de A. . (2022). Consequências da desinformação na vida da população: o papel da imprensa em Angola. Revista EDICIC, 2(3). https://doi.org/10.62758/re.v2i3.146