A nona dimensão da competência crítica em informação na práxis e a advocacy coalition: análise de iniciativas Brasileiras de gênero
DOI:
https://doi.org/10.62758/re.v2i4.123Palavras-chave:
Competência Crítica em Informação, Gênero, Feminismos, Sexualidade, Advocacy CoalitionResumo
A Competência Crítica em Informação é de suma importância nas instâncias da vida contemporânea que se defronta com mudanças tecnológicas e proliferação de recursos de informação. No campo da Ciência da Informação, os estudos sobre Competência Crítica em Informação vêm sendo desenvolvidos desde 2015 no Brasil. A construção em níveis, anteriormente realizada, foi trazida sob nova abordagem em dez dimensões por Anna Brisola, em sua tese de doutorado, em 2021. A nona dimensão, que trata de gênero, feminismos e sexualidade, possibilita a ampliação do debate sobre informação, competência, teorias críticas e gênero. Neste enquadramento, a pesquisa pretende, a partir dos fundamentos da Competência Crítica em Informação e com base na Advocacy Coalition, responder a seguinte questão: Quais são as principais Coalizões de Defesa, no Brasil, que visam dirimir as vulnerabilidades das mulheres e estimular o desenvolvimento da equidade de gênero? Alguma delas possui consonância com os objetivos da Competência Crítica em Informação e de sua nona dimensão? Para fins responsivos, o objetivo geral do estudo é verificar a existência de grupos políticos brasileiros organizados que visem o aprimoramento e ampliação do acesso à informação para o desenvolvimento e a proteção das mulheres, consonantes com a Competência Crítica em Informação e o conhecimento sobre seus direitos. A metodologia é de cunho bibliográfica e exploratória com interesse nas teorias da Competência Crítica em Informação e da Advocacy Coalition, com abordagem qualitativa que busca as interseções entre teorias e práxis com foco em ações de advocacy para divulgação de informação sobre mulheres, de acordo com a dimensão de gênero, feminismos e sexualidade, com desempenho do ativismo informacional. Os resultados apresentam várias iniciativas brasileiras representadas por grupos, redes, plataformas, institutos, associações e organizações que realizam advocacia pelas causas de equidade de gênero. Ao verificar as descrições das Coalizões de Defesa e se considerar as dimensões política, econômica e social com vista às preocupações da criticidade, percebe-se que, cada qual com suas especificidades, tem potencial para fomentar a Competência Crítica em Informação para as mulheres. Dentre elas algumas com ações que já se propõe a objetivos bem próximos aos da Competência Crítica em Informação. Conclui-se existir no Brasil um real movimento impulsionado pela Advocacy Coalition em prol dos avanços das políticas públicas que empoderem e defendam mulheres com significativo potencial para fomentar a Competência Crítica em Informação como estratégia de conhecimento e luta contra todas as formas de violência, racismo, diferenças e a não participação das mulheres na política.
Referências
Bastos, P. N. (2020). Dialética do engajamento: uma contribuição crítica ao conceito. Matrizes, 14(1). https://bit.ly/3xoMg7B. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v14i1p193-220
Brasil (2022). Brasil tem mais de 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra as mulheres até julho de 2022. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Gov.com. https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2022/eleicoes-2022-periodo-eleitoral/brasil-tem-mais-de-31-mil-denuncias-violencia-contra-as-mulheres-no-contexto-de-violencia-domestica-ou-familiar
Brisola, A. C. (2021). Competência Crítica em Informação como resistência à sociedade da desinformação sob um olhar freiriano: diagnósticos, epistemologia e caminhos ante as distopias informacionais contemporâneas. (Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia). https://ridi.ibict.br/bitstream/123456789/1165/1/BRIOLA_ANNA_TESE_A%20CCI%20como%20Resist%c3%aancia.pdf.
Brisola, A. C., Schneider, M. A. F. & Silva, J. F. (2017, outubro 23-27). Competência crítica em informação, ética intercultural da informação e cidadania global na era digital: fundamentos e complementaridades. ENANCIB 2017, Marília, SP, Brasil. http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/XVIII_ENANCIB/ENANCIB/paper/viewFile/417/805.
Capella, A. C. N. & Brasil, F. G. (2015, jan./abr.). Análise de Políticas Públicas: uma revisão de literatura sobre o papel dos subsistemas, comunidades e redes. Novos estudos – CEBRAP, n. 101. https://www.scielo.br/j/nec/a/sbMLWs45nJHbxvVnqBHn6Dq/?lang=pt. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-33002015000100003
Costa, F. C. da S., Alves, D. & Silva, L. F. (2018). Competência crítica em informação e empoderamento de mulheres: revisando e entrelaçando conceitos. In: Silva, F. C. G. & Romeiro, N. L. (Org.). O protagonismo da mulher na Biblioteconomia e Ciência da Informação. Florianópolis: ACB. (p. 397-418).
Fenger, M. & Klok, P. (2001). Interdependency, beliefs and coalition behavior: A contribution to the advocacy coalition framework. Policy Sciences, 34, pp.157-170. https://www.jstor.org/stable/4532529. DOI: https://doi.org/10.1023/A:1010330511419
Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra.
Freire, P. (1997). Pedagogia da esperança. São Paulo: Paz e Terra.
Gil, A. C. (1994). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas.
Jenkins-Smith, H. C. (1988). Analytical debates and policy learning: analysis and change in the federal bureaucracy. Policy Sciences, 21(2-3), pp.169-211. DOI: https://doi.org/10.1007/BF00136407
Jenkins-Smith, H. C., Nohrstedt, D., Weible, C. M. & Ingold, K. (2014). The advocacy coalition framework: Foundations, evolution, and ongoing research. In: Sabatier, P. A. & Weible, C. M. (Eds.). Theories of the policy processpp, Westview Press. (pp. 183-224).
Melo, D. A. (2019). Práticas informacionais e a construção da competência crítica em Informação: um estudo na Bamidelê – Organização de Mulheres Negras da Paraíba. [Dissertação de Mestrado em Ciência da Informação, Universidade Federal da Paraíba]. Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
Minayo, M. C. de S. (Org.) (2001). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes.
Salvador, A. D. (1986). Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. Porto Alegre: Sulina.
Sabatier, P. A. (1988). An advocacy coalition framework of policy change and the role of policy-oriented learning therein. Policy Sciences, 21(2-3), pp.129-168. DOI: https://doi.org/10.1007/BF00136406
Sabatier, P. A. & Jenkins-Smith, H. C. (1993). Policy change and learning: An advocacy coalition approach. Westview Press.
Sabatier, P. A. & Weible, C. M. (2007). The Advocacy Coalition Framework. In: Sabatier, P. A. (Ed.). Theories of the policy process. Westview Press.
Saracevic, T. (1996). Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectiva da Ciência da Informação, Belo Horizonte, 1(1), pp. 41-62.
Schneider, M. A. F. (2019). CCI/7: Competência crítica em informação (em 7 níveis) como dispositivo de combate à pós-verdade. In: Bezerra, A. C., Schneider, M., Pimenta, R. M. & Saldanha, G. S. iKrítika: estudos críticos em informação. Garamond.
Viola, C. M. M. (2018). Informação, transparência e política: reflexões sobre a mulher brasileira na Câmara dos Deputados. (Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia). http://ridi.ibict.br/bitstream/123456789/981/1/Dissertação_MESTRADO_2018_Carla%20Maria%20Martellote%20Viola.pdf.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista EDICIC
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Associação detém os direitos autorais dos textos que publica e adota a licença Creative Commons, CC BY 4.0 DEED Atribuição 4.0 Internacional (https://creativecommons.org/
Você tem o direito de:
- Compartilhar: copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
- Adaptar: remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.