Revista EDICIC, San José (Costa Rica), v.4, e-4524, p.1-18, 2024. ISSN: 2236-5753
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Os elementos que compõem a mediação e que vão permitir a consonância de objetivos entre o
que busca o usuário e o que lhe oferta o profissional acontecem bem antes da busca, mediante um
processo dialógico em que o profissional se antecipa ao desejo do usuário e organiza o estoque de
informação, dialogando com este usuário potencial. (Varela, Barbosa & Farias, 2014, pp.150).
Por isso, vislumbra-se a mediação da informação vinculada a um processo de orientação
informacional que envolve esta tríade citada - centro de informações – equipamentos informacionais
(bibliotecas) / profissionais da informação (bibliotecários (as)) / usuários/leitores - com o intuito de
mediar o acesso à informações pertinentes às demandas do sujeito, diante do contexto de excesso
informacional, no qual, em muitos casos, a interferência do profissional da informação no sentido de
refinamento ao que se disponibiliza para o usuário, torna-se de extrema necessidade, sobre essa
interferência realizada na mediação da informação, Almeida Júnior & Santos Neto (2014, pp.101)
expõem que ela:
[...] não é passiva, é uma ação de interferência, acompanha todo o fazer do bibliotecário, ainda
que indireta e inconscientemente. Ela não é neutra, não pode ser imparcial, o bibliotecário deve
assumir seu papel e não simplesmente esperar que os usuários busquem a informação somente
ao se depararem com uma necessidade informacional.
No que concerne aos sujeitos que compõem o processo de mediação da informação, Almeida
Júnior (2015, pp.16) descreve que estão envolvidos “não só o usuário, o bibliotecário, como também
o produtor da informação, os suportes com os quais o bibliotecário lida, o equipamento informacional,
o momento em que todo o processo acontece e a informação” cada um em seu respectivo escopo e
devidas interferências no transcurso da mediação da informação. Bortolin & Santos Neto (2015, pp.35-
36) também concordam que a mediação da informação “não precisa ser realizada por apenas um
indivíduo, mas por uma série de dispositivos”.
Para tanto, Almeida Júnior (2015, pp.25) conceitua a mediação da informação como:
Toda ação de interferência – realizada em um processo, por um profissional da informação e na
ambiência de equipamentos informacionais –, direta ou indireta; consciente ou inconsciente;
singular ou plural, individual ou coletiva; visando a apropriação de informação que satisfaça,
parcialmente e de maneira momentânea, uma necessidade informacional, gerando conflitos e
novas necessidades informacionais.
Vale mencionar que a interferência no processo de mediação da informação é “uma ação
planejada ou espontânea dos profissionais no sentido de colaborar com diferentes sujeitos em um
equipamento informacional na busca de informação” (Santos Neto, 2019, pp.343). Enquanto que a
apropriação da informação consiste na atribuição de sentidos à informação consultada/desejada,
momento no qual o leitor de fato utiliza-se dela para satisfazer uma demanda informacional pessoal -
momentânea ou não, isto é a apropriação da informação é “como um ato pessoal e singular; variando
de sujeito para sujeito” (Santos Neto, 2019, pp.343), considerando que esta informação seja passível
de construção de conhecimento e que esteja para o usuário como esclarecedora de incertezas e
edificadora de pensamentos críticos e reflexivos, bem como geradora de novas dúvidas.
Ao passo que na percepção de Gomes (2021, pp.134-135) a mediação da informação é:
Um processo dialético e essencialmente pautado na dialogia, promotor do espaço problematizador
que pode impulsionar o processo de recepção, assim como o desenvolvimento intelectual, cultural
e a tomada de consciência, favorecendo a apropriação da informação.